Em momentos de crise, a exemplo do que estamos vivendo, aumentam as discussōes e dicas sobre como uma pessoa deve agir para ajustar urgentemente seu orçamento à essa nova realidade econômico-financeira.
Isso é extremamente importante, sem dúvida nenhuma. Entretanto, esse momento poderia ser melhor enfrentando se as finanças pessoais fossem objeto de planejamento e cuidados permanentes. Refiro-me a um verdadeiro processo de educação financeira fazendo parte da vida de cada cidadão. O que isso quer dizer?
Antes de responder, vamos refletir em torno da seguinte indagação, que muito nos diz sobre a importância da educação financeira, feita por Reinaldo Domingos (2012, p. 22): “se, a partir de hoje, você não recebesse mais seu ganho mensal, por quanto tempo conseguiria manter seu atual padrão de vida?”.
Então, pode-se dizer que educação financeira representa os cuidados e o respeito ao dinheiro e precisa fazer parte do processo educacional dos indivíduos. Com ela, as pessoas seriam melhor preparadas para lidar com o consumo, avaliar se é oportuno contrair dívidas, cuidar das questões de segurança, estabelecer e conquistar objetivos (carro, casa própria, viagens, etc.) e delinear o seu futuro de longo prazo, ou seja, a aposentadoria.
No que se refere à menção inicial deste artigo, com a educação financeira, o orçamento familiar seria objeto de tratamento adequado, onde ajustes possíveis e necessários seriam constantes. Haveria previsão para situações emergenciais e contemplaria, prioritariamente, a poupança necessária para alcance dos objetivos estabelecidos.
Assim, haveria a possibilidade das pessoas enfrentarem situações difíceis, como as decorrentes da atual crise, sem abrirem mão de sonhos e projetos idealizados anteriormente ou a necessidade de ajustes seria menos drástica. Até mesmo ocorrências extremas, como uma temporária alteração na renda, seriam mais facilmente superadas.
Cabe ressaltar que a educação financeira não se limita ao manuseio uma bela planilha. É preciso possuir um método para tratar do assunto e, acima de tudo, depende de atitudes e de um novo comportamento diante das finanças pessoais.
Pode-se afirmar, então, que as práticas acima defendidas são fundamentais para que se assuma o controle da economia pessoal ou familiar, tendo como consequência o equilíbrio e a saúde financeira.
Oldemir Fenner Genz, CFP®
Planejador e Educador Financeiro